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quinta-feira, 15 de maio de 2014

E O OSCAR VAI PARA...


E O OSCAR VAI PARA...

*Carlos Roberto de Souza

 

No dia 09 de março deste ano, O Fantástico exibiu uma reportagem sobre o abandono estrutural e humano do ensino público. Tal matéria meu causou espécie: como pode o Brasil – que se vangloria membro do B.R.I.C.S [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] – manter escolas sem condições de ensino onde alunos e professores sofrem indignados?

A reportagem mostrou escolas de Alagoas, Pernambuco e Maranhão literalmente sem teto, sem água potável, carteiras quebradas, chão esburacado e sem banheiros (em algumas tanto alunos quanto professores faziam suas necessidades no mato). Os alunos tinham que acordar de madrugada para pegar um “caminhão pau-de-arara” até às escolas. Outros eram obrigados a percorrer uma longa distância a pé em lamaçais. Um quadro patético!

Eu me pergunto onde está o tão difundido projeto “Criança Esperança” da Rede Globo, causador de euforia e lágrimas? Onde os políticos – cujos filhos formados nas melhores universidades – esconderam o que sobrou de sua pífia vergonha? Ah, que saudade dos atos estudantis da década de 1960, quando Jovens saíam às ruas para protestar e enfrentar a truculência da Ditadura... E o que restou da nossa Democracia mundana? Nada a não ser uma “Faixa de Gaza” cujas pedras são insuficientes para atingir o âmago do caos.

O Governo (municipal, estadual e federal) merecia uma indicação ao “Oscar de Efeitos Especiais” devido à violência urbana gratuita, drogas vendidas e consumidas a céu aberto, roubos, sucateamento do ensino público, desvalorização do professor e pelos buracos [plagiados da trilogia “Jurassic Park”] que tomam milagrosamente nossas ruas e avenidas.

O tapete vermelho da infâmia foi estendido; Sobre ele veremos os mais sórdidos políticos, tecnocratas e candidatos ao vestibular da roubalheira caminharem com altivez. O que mais me intriga, porém, é saber que com o passar do tempo, tudo isso será esquecido para ceder (em primeira mão) colunas para os babados, furos jornalísticos e meia página para os jardineiros dedurarem seus chefes.

Portanto, alegrai-vos! Pois novamente seremos lobotomizados com o que não enxergamos além dos nossos narizes.

 

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*Poeta, editor e membro da Academia Machadense de Letras.

GOOOOOOOL...


GOOOOOOOL...

(A COPA DA COZINHA É NOSSA!)

 

*Carlos Roberto de Souza

 

O mês de junho está chegando e com ele a grande expectativa: A Copa do Mundo de Futebol, eta!!!

O que me espanta é saber que durante os jogos, uma amnésia coletiva tomará conta do país. Até os índices de roubo e furto vão despencar, já que a malandragem patriótica estará – como todo cidadão – torcendo pelo nosso país.

Como dizia o escritor e jornalista Nelson Rodrigues: “O Brasil é a pátria de chuteiras”.

Antes da partida inicial, porém, o corre-corre e a euforia tomarão conta da cidade em proporções inimagináveis: o trânsito (que já era caótico) será a imagem surrealista do próprio marasmo; pacientes espalhados nos corredores de hospitais detentores de “ISO” aguardarão pacientemente a chegada de um médico.

O Congresso, o Senado, o Itamaraty, entre outras Instituições farão brindes regados a Moët Chandon. O (1.9.0) estará distribuindo a famosa evasiva: “Estamos atendendo uma ocorrência”…

A questão é: a Copa do Mundo faz milagres, ou o povo brasileiro é milagreiro? 

Creio que a primeira questão se encaixe nas entrelinhas, pois embora o povo não caminhe sobre as águas, ele se afunda nas enchentes;

Ele não multiplica os pães, contudo, sua fome é inesgotável;

Ele não tem um Judas à sua direita, mas traidores de colarinho branco;

Ele não foi visitado pelos reis magos, mas encontra em cada esquina mágicos capazes de fazer sumir um carro, uma carteira, uma motocicleta…

Por fim ele carregará a cruz que não será fincada no calvário, mas no morro onde o “pó branco” é a redenção.

... E a bola começa a rolar. Agora o bicho pega (ué, não pegou ainda?).

O lateral corre, dribla um, dois, três, cruza a bola com atitude. O centroavante corre até a área, mata a bola no peito e antes que ela toque o chão ele a chuta.

A respiração cessa, o coração dispara, o nó na garganta enforca; a bola cobre o goleiro, balança a rede...

Um grito uníssono de alegria é ouvido em todo país. Quem dera fosse um BASTA!

 

*Poeta, editor e membro da Academia Machadense de Letras.