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segunda-feira, 5 de maio de 2008

AMIR MIGUEL, O MAESTRO DO POVO

O Episódio Cultural foi até Serrania-MG conhecer um cidadão que há anos vem formando novos músicos sem nunca ter recebido apoio do setor público e privado: Roupas, sapatos, instrumentos, métodos... Toda essa falta somada a uma grande dose de paixão pela música faz do maestro e carnavalesco Amir Miguel, 67 anos, um dos baluartes da nossa cultura. Ele foi atraído pela música desde pequeno. Seus pais, Antônio Miguel Sobrinho e Marieta Moreira M. Sobrinho sempre o incentivaram não só a ouvir como também a tocar.
Autodidata e fã de Agnaldo Timóteo, Francisco Alves, Dalva de Oliveira, Francisco Egídio e Agnaldo Rayol, aos 12 anos já tocava trombone, piston, sax e teclado. Uma das pessoas que o ajudaram a aprimorar-se foi o maestro Emílio Rodrigues, natural de Areado, que durante 20 anos lecionou em Serrania. O pai de Amir, cujo apelido era “Totonho”, também foi um grande defensor da cultura.
Nos anos 50, ele mantinha uma banda (a Lira Serraniense) e uma companhia de teatro amador que se apresentava na região com peças adaptadas de antigas revistas de teatro. Um dia a cidade ficou em polvorosa: o Circo Teatro Índio do Brasil, mais conhecido como o “Circo do Pelado” estava chegando!
O palhaço “Pelado”, juntamente com o seu filho, Waldemar Augusto, o palhaço “Bigola” – ambos de Martinópolis (MG0 – por muitos anos exibiram seu espetáculo no sul de Minas. Amir – que já tinha experiência de palco – acompanhava o circo apresentando-se como palhaço durante as férias na antiga fábrica de queijo.

Um dos sonhos de Amir era oferecer um ensino gratuito de música para os jovens. Como não encontrou nenhum apoio resolveu encarar o desafio sozinho. Por vários anos ensinou e formou novos músicos sem ganhar nada! A notícia espalhou-se pela região atraindo a atenção de Jornais e Redes de TV. A bateria usada para ensinar foi presente de um ilustre filho de Serrania, o jornalista Ney Gonçalves Dias.

Com os seus alunos, Amir montou a “Banda Show Antônio Miguel Sobrinho”. Essa banda – que também não recebia nenhum apoio – se apresentava na praça ora com alunos jovens, ora com adultos. “A música possibilita que as pessoas fiquem mais sensíveis à vida”, disse o maestro.

Contatos: (35) 3284-1449 / Serrania-MG