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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ADAURI ALVES (por Thaís Matarazzo)

Conheci o sr. Adauri Alves, no início de 2001. A maioria das manhãs passava a consultar rolos de microfilmes, de diversos periódicos, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade. A pesquisa é um trabalho solitário, por vezes, extenso e cansativo. O tema da minha pesquisa era a cantora Aurora Miranda.
Já tinha um bom material compilado. Na sala de microfilmes existiam duas máquinas para consultas, era sempre necessário agendar com bastante antecedência, a procura era grande. Foi numa dessas manhãs, que um senhor, que estava na máquina ao lado, puxou conversa comigo.

Fiquei com certo receio, porque nunca gostei de gente que fala demais, mas no caso, esse senhor a discorrer com muita propriedade sobre a música brasileira, especialmente, sobre a Era de Ouro do Rádio. Ai, eu perguntei: "O sr. bem que poderia me auxiliar na minha pesquisa!", ele disse que sim. Era o sr. Adauri Alves.



Dali nasceu uma amizade muito sincera e bonita. Foi uma das únicas pessoas que me estendeu as mãos, por que, ninguém me dava crédito, uma iniciante.
É incrível o julgamento dos mais velhos com os mais novos nesse sentido. Muitos, com imensa soberba e sisudez, fazem pouco dos jovens, atribuem valores negativos, sem ao menos saber como ele está desenvolvendo seu trabalho.


Quando comecei a pesquisar, não sabia quase nada sobre outros arquivos e bibliotecas da cidade, foi o sr. Adauri, que pacientemente, me levou a outros locais, me mostrava as revistas, jornais, livros, etc; sempre dizia: "- Dentro de uma biblioteca você deve ser antes de tudo um curioso!", ele tem razão. Afirmava que para os pesquisadores e escritores o caminho mais difícil era o "caminho das pedras".


Eu não entendia bem, mas depois descobri que o tal caminho era o conhecimento que você adquire conhecendo os lugares, sua história e seus acervos. Sempre repetia: "Ler sem refletir é comer sem digerir".



Depois de um tempo, o senhor Adauri disse que respeitava meu trabalho de pesquisa, porque era jovem, mas fazia tudo com amor e seriedade. Por diferentes vezes, eu servia de secretária do sr. Adauri, ele partia para entrevistar uma fonte, nos diversos cantos da cidade, eu seguia junto, fotografava, anotava dados, e assim fui me apaixonando pelo jornalismo.


O sr. Adauri é tido muitas vezes por ser uma pessoa rebelde, mas isso tudo porque ele quer mostrar para as pessoas como são alienadas e manipuladas. Em 90% das vezes, sempre é mal interpretado. São poucos que reconhecem seu trabalho, sabedoria e amizade.


Sei que ele nasceu na cidade de Arapongas, no Paraná, terra que nunca deixa de exaltar. Seu pai trabalhou na estrada de ferro, quando o menino tinha oito anos, ficou órfão, tinha seis irmãos mais velhos. Passaram muita necessidade, a mãe passou a lavar roupa para fora. O sr. Adauri é negro, sempre lutou contra o preconceito racial, e assim ensina todos as pessoas da sua raça, para não abaixarem a cabeça, não serem subservientes, está sempre patrocinando e criando núcleos de consciência negra. 
Ele sempre contava que na sua cidade existiam muitos italianos, e que esses eram “negros virados do avesso”, por ser um povo quente e não levar desaforos para casa. Lembrava com carinho, da D. Lúcia, uma italiana que deixou saudades. Já era um menino dinâmico, gostava muito de estudar.


Veio para São Paulo em 1966, foi trabalhar em um açougue, na Consolação, um bairro em ascenção, nobre e onde moravam muitos artistas. Ao realizar as entregas das carnes, conheceu muitas personalidades da época como Roberto Carlos, Hebe Camargo. 
Lembro-me, especialmente, de um episódio que sempre contava: numa tarde foi entregar carnes na casa do Dr. Paulo Machado de Carvalho - dono da Rádio e TV Record; estava conversando com a cozinheira, eis que aparece o dr. Paulo, ordenou que a empregada servisse o almoço ao rapaz, depois perguntou para qual time torcia, Adauri respondeu: "São Paulo Futebol Clube", dias depois recebeu um embrulho, era uma camisa do São Paulo autografada e uma carta do dr. Paulo.


Não teve oportunidade de prosseguir seus estudos, mas sempre devorou livros. O sr. Adauri além de escritor e poeta também foi cantor. Chegou a gravar alguns LP's. Mas, logo, se desiludiu com o mundo artístico e deixou tudo de lado. Foi trabalhar como jornalista, passou a morar na cidade de Franco da Rocha, na grande São Paulo. Escreveu diversos livros, sempre resgatando a memória da cidade de São Paulo e redondezas, futebol, crimes, música, especialmente sobre a loucura. Casou-se e teve uma filha, Ana Lúcia, dentista, de quem fala com profundo orgulho e amor.


Neste mês de setembro faz exatamente dois anos que a Mário de Andrade fechou para reforma, já devia ter sido reaberta, mas as obras não foram concluídas. Recordei com muitas saudades de lá, das minhas pesquisas e também do sr. Adauri.


* Thaís Matarazzo pesquisadora, escritora e futuramente jornalista.



As obras de Thaís Matarazo, todas feitas em São Paulo, têm uma tiragem de 10 exemplares cada, distribuídas em bibliotecas, museus e arquivos de São Paulo e Rio de Janeiro



* Lírio do Amor - poesias - 2001
* Nas Ondas de Aurora Miranda, a outra pequena notável - 2002
* Nas Ondas: Sylvinha Melo, a bonequinha do Rádio- 2003
* Estrelas do Rádio Carioca (Cantoras anos 30: Cirene Fagundes, Madelou Assis, Glorinha Caldas, Marilú, Carmen Barbosa e Neyde Martins) - 2003
* Elisa Coelho, o pássaro cantador - 2003
* Nossas Cantoras de Rádio (Cantoras Rádio paulista, anos 30: Dolly Ennor, Helena Pinto de Carvalho, Sônia Carvalho, Agripina, Laís Marival, Alzirinha Camargo, Roxane e Cida Tibiriça) - 2004
* Dois Sambistas do Barulho -2004
* Elsa Laranjeira, a voz docura - 2005
* Simplesmente Maysa - 2005
* Odete Amaral, a voz tropical - 2005
* Neyde Fraga, a voz veludo - 2006
* Cidália Meireles, a voz de Portugal - 2006
* Cinderela, "a bonequinha" do Rádio Paulistano - 2007



Contato:



thmatarazzo@gmail.com

terça-feira, 6 de outubro de 2009

MULHER NEGRA





Quando Deus fez você
caprichou em tua cor
das estrelas te deu o brilho
da luz da lua, fez o teu sorriso
e te temperou com muito amor.








O seu gingado veio das ondas
sua força vem direto da terra
se és divina quando ama
és valente quando em guerra.






Quando Deus fez você
não poupou em inteligência
te fez meiga, te fez forte
te deu muita resistência
mas também te fez vaidosa
Negra linda e orgulhosa.



 

Quando Deus fez você
te deu um grande coração
te fez negra mulher
pilar principal da família
e até de uma nação
te encheu de muito axé
recipiente de muita fé.






Quando Deus fez você
te fez mãe, amante e amiga
te deu toques de magia
o dom de sempre lutar
te deu sonhos pra sonhar
e deu de presente para nos homens
uma maravilhosa mulher para amar ...



* GILSON COSTA (poeta)

MARCO ANTÔNIO SOARES (escritor)

Os livros “Estórias Agora” (contos), “Instantes” (poesia) e “A Trajetória” (romance) do escritor guaxupeano Marco Antonio Soares de Oliveira foram incluídos no catálogo de leitura da Biblioteca Nacional da França François Mitterand (http://bnef.fr).

O comunicado foi feito pela própria entidade francesa. É mais uma honra para os guaxupeanos, pois Marco Antonio já tem alguns de seus livros expostos em bibliotecas inglesa, irlandesa e americana.
 O escritor, que faz parte da ‘geração da literatura’ em Guaxupé, como Elias José, Sebastião Resende, Chica Villas Boas e José Maria Pereira, prepara os originais para lançar em breve por uma editora paulistana, o romance ‘Dilacerações na Noite’.

FONTE:
http://www.gxp.com.br/site/2009/09/25/marco-antonio-e-prestigiado-na-franca/

domingo, 4 de outubro de 2009

MARLENE PASINI (poetisa mexicana)


Comunicóloga, escritora y poeta. Nació en Toluca, Estado de México, actualmente radica en el D.F. Realizó los diplomados de Dirección de Recursos Humanos y Relaciones Laborales en el ITAM y también Cursos y Talleres de Narrativa y Creación literaria.
Tiene publicados los poemarios: Cristal del tiempo, El silencio es otra noche y Recintos bajo el sol. Sus poemas se han incluido en diversas antologías poéticas y en revistas culturales de México, Estados Unidos, España, Perú, Italia y Argentina, país donde también se difundieron en programas radiofónicos.
Ha participado en encuentros nacionales e hispanoamericanos de poesía y recibido algunas distinciones, entre estas la mención honorífica en el VIII Certamen Internacional de Poesía Junín País 2009, Buenos Aires, Argentina y la mención honorífica en el Concurso Nacional de Poesía 2007, organizado por Casas del Poeta, Estado de México. La han traducido al portugués, al italiano y a la lengua sarda. 
Dentro de su obra también destaca la novela y literatura para niños.

*Marlene Pasini é poetisa mexicana
http://marlenepasini.blogspot.com