SIGA O MEU BLOG

sexta-feira, 27 de maio de 2011

José Carlos Farias da Silva

José Carlos Farias da Silva nasceu em Recife em 1969. Poeta recitador e agitador cultural. Logo cedo, seu pai lhe põe em contato com a poesia de cordel fazendo-o despertar para o universo poético. Em 1985, começa a escrever e é incentivado por sua professora Maria Salete. 
O poeta afirma que a poesia urbana que faz tem influências do tropicalismo, surrealismo,  manguebeat,  anarquismo, repente, cordel e Mário de Andrade. Edita periodicamente um dos fanzines de maior tempo de circulação no Recife, o De Cara com a Poesia que é distribuído gratuitamente em diversos pontos de Pernambuco e que inicialmente era editado em parceria com o poeta Bruno Candéas. 
Malungo é presença ativa nos encontros literários e recitais da capital pernambucana e mantém forte articulação literária com poetas e grupos alternativos de todo o País. Participou de vários projetos, dentre eles: o Bendita Poesiarealizado pela Fundação José Augusto no Rio Grande do Norte em 2006 e do Dia Nacional da Poesia na capital potiguar no ano seguinte; da Baranga Films – Projeto de vídeos experimentais, com Leonardo  Chaves e SOS Poema – no myspace, com Massapê e Leonardo Chaves. 
Participou do 10º Festival de Vídeo de Pernambuco com o vídeo Drops Apnéia, realizado em parceria com Massapê e Leonardo Chaves.  Venceu em 2006 o concurso de poesia da Biblioteca Popular de Afogados no Recife, e em 2008 o primeiro concurso de poesia promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco.
Livros:
O Terceiro Olho Usa Lente de Contato - Edição independente, 1ª edição 2000, 2ª edição 2001 e 3ª edição 2003.

Filé, 1,99 (parceria com Bruno Candéas, 2003).

Participação em coletâneas:

Marginal Recife: coletânea poética I (organizada por Cida Pedrosa, Miró e Valmir Jordão) – Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2001;

Pernambuco, terra da poesia (organizada por Antônio Campos e Cláudia Cordeiro) – IMC/Escrituras, 2005.

Participação em fanzines:
Boca Suja (SP), Panorama da Palavra (RJ), Escrevo o que Quero (RJ), A Goiaba (RJ), O Capital (SE), Meya Palavra (CE), O Patusco (CE), Portas Para Poesia e Prosa (MG), Lítero PessimistaChalopaFrente e Verso,CaosPoesia Descalça, todos de Pernambuco.

CD:

Malungo 20 poemas.


contato do poeta
poetamalungo@yahoo.com.br

COMPUTADORES A LENHA, CHIPS A VAPOR

Mãos analfabetas folheiam cordéis digitais.
Paralíticos binários dançam cirandas ancestrais.
Os alto-falantes vomitam 

os sons dos sintéticos baiões.
                                                       
Um bando alienando o povo com seus forrós
                                               charlatões.
Neurônios, fios e tomadas.
Circuitos e impulsos nos pés
Dançando um maracatu elétrico.
Das mãos saem faíscas;
Palmas pro coco de roda!
Um pensamento plugado na eletrosfera
E um cérebro iluminando quarteirões.

*Malungo (Pernambuco)

MEUS OLHOS EM MANHATTAN

Na luz da manhã, as aves turbinadas:
Fanático mergulho surreal.
Kamikazes e passageiros voando para o fim.
O alvo se aproxima rapidamente;
Explode tudo em nome de Alá.
As cabeças dos irmãos em chamas;
A fumaça irrita os olhos de São Pedro.
Gritam Help (S.O.S em desespero).
A Águia se debate entre os dentes do Leão.
Tudo ruindo; como um sonho mau diante de todos.
A pedrada e o Golias; inesperada queda.
Fogo; e as torres desmoronam inacreditavelmente
                                            pelos olhos da TV.
O Grande Satã, o pó e as cinzas passeando pelo ar.
Babel se cala numa nuvem surda de fumaça e sangue.
Sementes e plantações: colheita de frutos amargos
                                                     bumerangues.
Ganância, maldade e prepotência.
Em todo mundo desfila uma fome digital.
Bombardeios matando pessoas inocentes.
 *Malungo (Pernambuco)

OBRA VERSIFICADA NÃO IDENTIFICADA

Ao som de um hino evangélico,
Surge um boi mameluco; boi de fita.
Um boi maluco, psicodélico; 
Que rumina saudades e defeca solidão.
Xabu nos computadores e o mofo deu nos cd's.
Deu o zererê, cachorro em 90: bundalelê...
E o artista continuou discriminado e jogado a boléu.
Fidalgos mendigos jantando pão com pãono cinco pontas....
E lá se vai a tua cabeça a boiar nas águas do Capibaribe.
Ela está bêbada por ter enchido a cara de vinhoto no bar Savoy.
Ela está inchada pela derrota do time do coração...
Mas pula da água suja pro calçamento escaldante 
E sai dançando ao som de um maracatu
Afrociberdélico pela rua da Imperatriz.
Todos os termômetros da cidade enlouqueceram!
Eles marcam zero grão de terra na cara dos sem.
E vem você de novo, fazendo bamburim de xoxota.
Pena que você não nota que o prêmio é dividido por mais de cem:
Uma tuia de machos esperando numa fila sem fim.
Derrubei a grande estante por cima dos bacharéis!
Eles são senhores, caros senhores;
Valendo pouco mais de dois mil réis.
Um verso perverso, louco;
Como o gato de Alice e o seu sorriso sacana.
Catedráticos de fama se estarrecem.
E os mendigos do Brasil
Com suas roupas de amianto agradecem.
A-gra-de-cem!!!
 *Malungo (Pernambuco)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

JORNAL SÃO PAULO EM HISTÓRIA

Caros amigos,

No último dia 18 de maio foi lançado o jornal ‘São Paulo em História”, sendo os fundadores o jornalista Adauri Alves, Fábio Siqueira e Thais Matarazzo. O principal objetivo deste trabalho é ter um conteúdo diferenciado, destacar a cultura em todas as suas manifestações. É um projeto que exigiu muito trabalho e persistência entre os fundadores e colaboradores.

A edição nº.1 traz os seguintes destaques:

Biografia de Cásper Líbero e Dom José Gaspar, por Adauri Alves;
Reserva Particular do patrimônio Natural, por Tatiane Matarazzo;
Direitos Constitucionais da Mulher, por Rosemeire de Moraes;
Neyde Fraga, uma das cantoras mais populares do Rádio paulista nos anos 1950, por Thais Matarazzo;
Uma imigrante italiana que contribuiu para o crescimento de São Paulo, por Thais Matarazzo;
Vale a pena conhecer São Paulo, por Rosana Lameu;
Grande guitarrista português a serviço no Brasil, por Thais Matarazzo;
Proposta pelo Choro em São Paulo, pelo prof. José de Almeida Amaral Júnior
Chocolate amargo protege o coração / Leite amigo do coração, por Roberta de Donno;
Marion Duarte lança novo CD, por Thais Matarazzo
Benedito Rui Barbosa: 80 anos de um grande profissional da cultura brasileira, por Fábio Siqueira;
Escolha seu navegador na Internet, por Rodrigo Botelho;
PRO-TV ele nova diretoria, por Fábio Siqueira;
Entrevista com o radialista Altieris Barbiero.

Algumas pessoas nos contataram solicitando o envio do jornal para suas casas via Correios. Como estamos começando não há verba disponível para o envio de tantos exemplares. 

O que pode ser feito é um serviço de assinatura, onde os leitores interessados podem nos enviar o valor da postagem dos Correios, e assim os exemplares do “São Paulo em História” podem ser enviados. 


Caso haja interesse, por gentileza, responda a esse e-mail (ou para saopauloemhistoria@gmail.com), caso concorde com a forma de envio. Ou então, aqui vão os endereços onde este jornal pode ser adquirido gratuitamente:

Biblioteca Memorial da América Latina
Casa das Rosas, Av. Paulista, nº 37
Copiadora Juvima, R. do Boticário, 83
Coraltur, Praça da República, 386 – 7º andar


Obrigada.

Att,

--
Thais Matarazzo

terça-feira, 17 de maio de 2011

Evoluir

O mundo gira sob nossa cabeças
e é como se tudo fosse despencar sobre elas.
O peso da dor não é maior
que a consciência do vazio.
Entender o mundo
não é tão difícil quanto entender o outro.
Complexidades da vida humana
descartadas pela mira a esmo.
A roleta decide sua trajetória
e paciente você pensa que vive.
Uma vida sem escolhas, lutas
e consequentemente conquistas.
O acaso, o novo, o inesperado
podem ser atrativos,
mas também é preciso
estabelecer as próprias metas.
Enfrentar o mundo de cabeça erguida,
não de olhos fechados.
Convencer não basta,
o grande desafio é sustentar as palavras.
Ninguém detém nenhuma sabedoria,
só se administra descobertas a todo tempo,
e são elas que ditam as regras de nossas vidas.
Evolução.
O mundo, a vida, o caminho, o passo,
a respiração, o pensamento,
a batida do coração e o olhar,
é tudo uma questão de evolução!


BLOG: http://poesiamarianabizinotto.blogspot.com/
Dica especial: Livro “O mundo de Sofia” de Jostein Gaarder.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

LÍNGUA TUPI



Quanta sonoridade e poesia
Tem os nomes que o índio
Dava pras coisas que via:
Araci, a mãe do dia
Itapecerica, a pedra escorregadia
Uruguai, o rio dos caracóis
Pindamonhangaba, onde são feito os anzóis
A água que brilha, uberaba
Uma roça... capixaba
A estrela d’alva, arumã
O que grita bem alto, jaçanã
A lua cheia, cairé
A aldeia mais importante, taubaté
A liberdade, taiguara
A flor bonita, potiguara
A pedra reluzente, sabará
O espinheiro, marica
O que foi trazido pela luz do céu, jurandi
Coaracy, o sol; a terra boa, ibiacy
O rio das maldades do diabo, anhagabaú
Os bons ares, botucatu
Uma baía do tamanho do mar, guanabara
O refúgio dos fujões, jabaquara
Se o rio é sinuoso, iguatemi
Se corre para baixo, anhembi
Guairá, que não se pode atravessar
Parnaíba, braço que corre para o mar
Velho diabo, anhaguera
A mata cortada, ibirapuera
Morador do mato, cainã
Terra muito dura, butantã
Ah! Meus outros tempos: quixeramobim
Um barulho muito grande, maracatim
Niterói, a água escondida
A alegria, a festa: toriba
Minha mãe, ceci
O Criador, guaraci
Lábios de mel, iracema
Água ruim, ipanema
Quando o sol se põe, graciema
As palavras são quase poemas
Na fabulosa Língua Tupi!

obs: Minha homenagem aos verdadeiros filhos do Brasil:

Lúcia Helena Almeida

luciahalmeida@yahoo.com.br

segunda-feira, 2 de maio de 2011

SONHOS

Por onde andarão meus sonhos?
Não os encontros mais dentro do peito.
Um amor que parecia tão perfeito...
Só conheceu os deveres, faltaram-lhe os direitos.

Sonhos!
Os vi morrer dia após dia, mergulhada na desilusão.
Nem a fé que me mantinha viva acalma este velho coração.
Dos momentos vividos, restaram lembranças desbotadas.
Abandonei os sonhos pra sobreviver acordada.

Minha vida em preto e branco segue adiante.
Sou como um cego que não vê as cores.
Posso imaginá-las, posso ver as flores.
Imaginárias como as minhas tantas dores.

Sonhos!
Hei de acordar para a realidade
e nela encontrar a maior felicidade!
Saberei então onde andarão meus sonhos:
vivem dentro de mim,
matam-me a tua saudade.

Cacilda Arruda ( Clara Arruda)

http://www.overmundo.com.br/banco/sonhos-13