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quinta-feira, 24 de março de 2011

PRECE SERTANEJA (por Robson Amano)

No meio dos buritis de suas veredas
Sobre o crepúsculo do entardecer
Na estrada seca de terra batida
Ouço uma voz a dizer:

-Pai nosso que está no céu,
muito longe, daqui do sertão,
por que nao está à mesa de quem tem fome?
De quem tem sede, de quem nao tem pão?

-Por que nao abunda a nossa terra?
Nao faz nascer seu manancial?
-Por que nada tem, aquele que reza?
E tudo tem aquele que é mau?

-Oh senhor das justiças injustas
Justas postas, entre a seca e a fartura
Rompa a cerca avarenta que nos trás a tristeza
Que de tão sedenta, torna-se pura.
Rogo-lhe esta prece vespertina
Sob o julgo de uma autarquia algoz
Que a luz de minha alma brilhe em sua retina
E que o Senhor tenha piedade de nós.

* Robson Amano é Bacharel em História, 
Músico e Compositor, Artista- Plástico e Tatuador.

robson_amano@hotmail.com

robson_amano@hotmail.com 

terça-feira, 22 de março de 2011

HEITOR VILLA-LOBOS (por Larissa Ferreira Lúcio)

O mês de março é lembrado por muitas datas importantes. É o mês em que nossa Constituição foi definida, mês do Dia Internacional da Mulher, da poesia, da escola, e também, é o mês de nascimento de um dos nossos maiores compositores: HEITOR VILLA-LOBOS.


Villa-Lobos nasceu em 5 de março de 1887 no Rio de Janeiro. Filho de músico, Raul Villa-Lobos, ensinou ao filho, desde os 6 anos de idade, a tocar clarinete e violoncelo, além de ensiná-lo a teoria musical. A mãe, Nôemia Umbelina Santos Monteiro, desejava que  Heitor fosse médico, mas a paixão pela música foi mais forte. Quase todas as noites, a Rua Riachuelo mergulhava no belo som do violoncelo do nosso músico, que não se limitava somente ao solo, e convidava amigos para um verdadeiro concerto erudito em sua casa.

Suas influencias foram: as músicas regionalistas; moda caipira e o compositor John Sebastian Bach, o qual o fascinava! Porém, foi a música popular que o levou a aperfeiçoar-se no violão, saxofone e no clarinete.

Por volta de 1915, apresentou-se pela primeira vez, publicamente, uma série de concertos que foi severamente criticado pela “modernidade musical“ de suas obras. Três anos mais tarde, a obra PROLE DO BEBE, elevou seu nome além das fronteiras brasileiras. Participou da Semana de Arte Moderna em 1922 que acabou por consolidar o seu nome. 

Após uma turnê pela  Europa compôs os Choros. Apresentou-se em concertos em São Paulo,  compôs as “Bachianas Brasileiras” e propôs um programa educacional ao governo.  Em 1932 é nomeado para dirigir a Superintendência da Educação Musical e Artística.

A personalidade da obra de Villa-Lobos é consequencia de seu esforço e sua odisséia pelo Brasil e pelo estrangeiro, além da experiência advinda de tocar em pequenas orquestras e de se exibir tocando diversos instrumentos. Suas obras enaltecem o espírito nacionalista, pois incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas, tornando-se o principal responsável pelo que dizemos de uma linguagem peculiarmente brasileira em música.

Villa-Lobos é considerado um gênio tanto pela riqueza prodigiosa de sua inspiração, como ao formidável talento musical, enfim, tudo que havia de contraditório em suas reações. Caracterizou a música brasileira tão selvagem e estranha para muitos em um formato europeu. 

Como poucos músicos, Villa-Lobos conheceu a glória em vida e sob ela faleceu em  17 de novembro de 1959 em sua cidade natal.




Larissa Ferreira Lúcio
Licenciada em História
Cesep-Machado