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terça-feira, 16 de julho de 2013

O DIA EM QUE RAPTARAM O PAPA (Roberto de Souza)



“O DIA EM QUE RAPTARAM O PAPA”
(Roberto de Souza)

Com o sucesso da estréia que ocorreu na noite de 11/07 no Shopping da Gávea (RJ), no sábado (13/07) fui prestigiar a peça “O Dia em que raptaram o Papa”, interpretada por grandes nomes da teledramaturgia brasileira como: Rogério Fróes (Senhora do Destino, Vale Tudo, O Bem Amado e Selva de Pedra), Débora Olivieri (O Profeta, Castelo Ra Tim bum, Toma Lá da Cá e Guerra dos Sexos), Marcos Breda (Sítio do Pica Pau Amarelo, Vamp, O Tempo e o Vento), Renato Rabelo (O Profeta, Cobras e Lagartos, Hilda Furacão e A viagem) e o machadense Fabio Bianchini (Ti Ti Ti, Dercy “de verdade”, Guerra dos Sexos e diversas campanhas publicitárias).

Com um texto inteligente escrito por João Bittencourt, a trama se passa na cidade de Nova York, durante uma visita do Papa à cidade, contando a história de um taxista judeu que, de repente, seqüestra o Pontífice e o leva pra casa onde mora com sua mulher e dois filhos. Tudo resulta numa grande confusão, que envolve desde os vizinhos aos chefes de Estado do mundo inteiro, em prol da paz mundial.

O espetáculo estreou na década de 70 no Rio fez um grande sucesso (é pura comédia). A montagem tem a direção precisa do renomado João Aguiar, grande publico e super divertido.

Grandes nomes do Teatro e Televisão estiveram presentes, como o diretor Wolf Maya e o ator e dublador Nizo Neto (filho do saudoso Chico Anísio, que interpretou o personagem “Seu Ptolomeu” na “Escolinha do Professor Raimundo”). Fabio Bianchini faz o Xerife que tenta de todas as maneiras libertar Vossa Santidade, o Papa.

Com uma excelente apresentação, a peça levou o publico a dar imensas gargalhadas, vale a pena conferir.
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O Dia em que Raptaram o Papa
Teatro Clara Nunes
Rua Marquês de São Vicente, 52 – Gávea-RJ
Em cartas até Setembro

quarta-feira, 3 de julho de 2013

RECORDANDO FASH GORDON



Recordando Flash Gordon Cesar Vanucci * “O que lembro, tenho.” (Guimarães Rosa) Vinte anos atrás, se tanto, uma revista incluiu-me na lista de jornalistas e escritores convidados a indicarem os 20 melhores filmes de todos os tempos. Recordo-me de que os títulos por mim arrolados coincidiram, na maior parte, com os filmes apontados pelas demais pessoas consultadas.
Apenas num caso ocorreu discrepância. Fui o único a relacionar entre os filmes mais apreciados as fitas-em-série (como eram chamadas) de Flash Gordon. Fundamentei essa escolha no argumento de que nos fascinantes domínios das criações cinematográficas, em particular, e artísticas, de modo geral, poucas coisas buliram tanto e de forma tão excitante com a mente infantil, quanto as proezas narradas em capítulos do herói de ficção que antecedeu os astronautas da vida moderna.
Ele era visto, semanalmente, nas telas de cinema a singrar o espaço sideral em ruidosa nave com forma de charuto, acompanhado da encantadora Dale Arden, do professor Zarkov e do Príncipe Barin. Cumpria galhardamente a missão de enfrentar as solertes investidas do maligno imperador Ming, do planeta Mongo, com seus abjetos planos de colonização da Terra. A trama e as ações dos personagens eram, pode-se dizer hoje, bastante simplórias.
Os cenários, a se levar em conta os recursos visuais empregados na atualidade pela indústria cinematográfica, revelavam uma simplicidade comovedora. As situações vividas pelos protagonistas anteponham-se a lógica comum. Lembravam um bocado as historietas de quadrinhos. Outro ponto de identificação das fitas em série com os gibis consistia na constatação da solene aversão que Juizes de Menores, educadores e pais nutriam com referencia a essas duas modalidades de entretenimento infantil, encaradas como nefastas na formação educacional. Comissários de menores, compenetrados de sua sagrada incumbência, postavam-se na entrada dos cinemas para impedir a presença de menores de 14 anos. Ficavam ali mode protegê-los dos enormes riscos contidos nas mensagens propagadas nas deletérias aventuras de Flash Gordon. Nos pátios das escolas havia o costume, também nessa época, de acenderem-se piras de respeitáveis proporções com revistinhas.
O nocivo material era localizado nas pastas dos alunos, junto aos livros e cadernos, graças a eficiente monitoramento executado por zelosos encarregados das salas de aula. Em alguns lugares, o fogaréu saneador adquiria aspecto ritualístico. Os pais e os alunos recebiam convites para assistir, ao lado dos professores, a transmutação dos abomináveis impressos multicoloridos em cinzas. Como são as mudanças comportamentais!
Desses processos pedagógicos, numa reavaliação histórica, o que conservamos na atualidade é um registro simplesmente hilário. Os quadrinhos adquiriram status de arte. Os seriados de Flash Gordon são reconhecidos como referencia precursora, tal qual os livros de Julio Verne, nos fascinantes caminhos percorridos pela criatividade humana na busca infindável do sentido da vida. Os produtores do seriado sabiam das coisas. Anteciparam, lá pelos anos 30, as ainda inimagináveis viagens espaciais. Botaram nos céus engenhos voadores tocados a energia nuclear e aparelhados para confrontos bélicos com raio laser.
Que poder de imaginação aquele, santo Deus! Flash Gordon foi protagonizado por Larry Buster Crabbe, nadador que integrou a equipe olímpica estadunidense. A primeira série de fitas, lançada em 1936, custou algo equivalente a 350 mil dólares, uma fortuna para a época. Em 1938, novos capítulos foram lançados. O herói cosmonauta, desta feita, salvou o planeta de uma ofensiva extraterrena articulada por seres de argila, procedentes de Marte, empenhados em retirar o nitrogênio da atmosfera. No derradeiro seriado, o Imperador Ming reapareceu como vilão.
Flash Gordon não permitiu, destemidamente, que ele infectasse a Terra com um vírus mortal. O papel de Dale Arden nos seriados foi vivido por Jean Rogers, pelos padrões de beleza da época uma mulher estonteante. Povoou com meiga presença nas trepidantes aventuras do pioneiro em viagens espaciais os sonhos da meninice de muita gente.
* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)clique aqui

segunda-feira, 1 de julho de 2013

O CRAQUE (Olga Caixeta)





Reli um texto do Affonso Romano de Sant´Anna, do Caderno Cultura do Jornal Estado de Minas de Junho de 2010, com este mesmo título: O Craque. E era tempo de Copa.
O autor começa o assunto perguntando: “ O que é um craque? O que tem o craque que o não craque não tem?”
Estamos vivendo o momento da Copa das Confederações e, por esta razão falo do mesmo assunto. Não sou amante do futebol, mas como o controle da TV fica sempre à mercê de quem gosta, acabo algumas vezes assistindo. E digo, até que não é tão ruim.
Mas... o que nos estão prometendo os pés dos nossos craques? Estaremos seguros com os fortes pés do nosso craque Neymar? Vamos esperar.
Romano diz que o craque não procura a bola; ela lhe vem aos pés e ainda diz que a galera gosta mesmo é do craque que, mesmo sabendo que o é, finge que é como os demais.
Parece-nos que, nesse sentido, Neymar “ tá dentro”. Até hoje tem mostrado simplicidade nos gestos e no trato: vamos ver o que acontece com sua ida à Europa.
E os demais jogadores da seleção, os que fazem a tabela e colocam a bola nos pés daquele que faz o gol, não são craques? 
Por que, enquanto uns poucos valem milhões, outros tantos recebem tão pouco mérito?
Não me venham dizer que não sei o que estou dizendo, pois eu já sei o que sei e o que não sei. Faço considerações.Craque é o que faz gol, já que este é o objetivo do jogo, ganhar em gols. São eles, os gols, que rendem milhões e não um mero chute para esquerda ou para direita.
O Brasil começou bem com uma goleada de 3 X 0: os japoneses não abriram bem os olhos e a bola passou por baixo dos seus pés que são menos craques. Será que nós, brasileiros,vencemos porque somos mais craques ou porque  eles são menos?
Com estas alternativas, podemos ainda correr o risco, nos próximos embates, mas, se craque é craque, como explicar o paradoxo?
Em 2013 disputamos a Copa das Confederações que poderá ser apenas um ensaio para 2014. Tomara nosso ensaio seja venturoso para ganharmos novas esperanças para o futuro. Perder dentro da própria casa não é nada prazeroso e que nossos santos todos estejam acordados para empurrar a bola. Temos de pedir a eles também que ajudem os centroavantes, os laterais esquerda e direita, a retranca e o ataque a lançar bola e colocá-la nos pés daquele para quem a redondinha sempre corre: o craque.
É grande responsabilidade, mas não para isso que se gastam milhões?
E em cada época há um novo craque, sem dúvida.
Vejamos quantos pés abençoados já vieram depois de Pelé. E não intento fazer comparações, cada um tem seu estilo, cada um tem suas características próprias.
Se o que interessa é fazer gol, não podemos nos queixar, temos feito e mostrado que o Brasil é um país abençoado por Deus.
E no segundo jogo que o Brasil joga, já temos uma nova mostra. Neymar corre, Neymar chuta, Neymar faz gol. Neymar  é craque. E está recebendo já uma grande coroa, repassada de tempos em tempos para fazer história.
Pés que galgam os campos com ligeireza, determinação e sabedoria. Tudo isso caracteriza o craque e descaracteriza os outros dez pares de pés que estão no campo para passar a bola. Craque é um só, pois, somente alguns se tornam estrela, mesmo todos tendo, também, o seu brilho.
Fecho meu pensamento como Romano: quem tem craque vai às finais, quem tem craque ganha à Copa em todo tempo e lugar.

*Olga Caixeta é membro da Academia Machadense de Letras