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segunda-feira, 17 de junho de 2013

LENNON OU McCARTNEY? (Alysson Almeida)


LENNON OU McCARTNEY?

*Alysson Almeida

Como qualquer beatlemaníaco que se preze, que chama os quatro rapazes de Liverpool pelo primeiro nome, e que defende com unhas e dentes até os piores momentos (se é que existem!) do “Fab Four”, escolher um dos quatro como o beatle favorito se torna uma tarefa hercúlea.  

 Descrever a personalidade de cada um dentro do grupo se tornou estereotipada pela crítica através dos anos sendo John, o lirismo, Paul, a musicalidade, George, a espiritualidade e Ringo, o cara mais sortudo do mundo. Apesar de que, na minha humilde opinião, sempre achei que Ringo era o amor, que tornava coesa a química entre os quatro.


Fica fácil notar a polarização das atenções que sempre foram atribuídas à Lennon e McCartney, como forças criativas maiores dentro do grupo. 

Inicialmente parceiros, os dois foram se distanciando com o passar do tempo, mas nunca deixando a assinatura Lennon & McCartney se perder com este distanciamento.

Quando John Lennon se tornou mais introspectivo, amargo e até polêmico, talvez pela influência assumida de Bob Dylan, Paul McCartney demonstrava claros sinais de evolução no conhecimento musical, tanto teórico quanto prático, tornando os arranjos das músicas cada vez mais ricos e elaborados.

A concepção das canções a partir de Rubber Soul (1965) indicava claramente que ambos compunham sozinhos, e assinavam em dupla, vide a balada quase renascentista Michelle, de Paul, e as letras ácidas em Think for Yourself e The Word, de John.

Revolver (1966), Sgt, Pepper’s (1967) e Magical Mystery Tour (1967) intensificaram ainda mais esta individualidade, talvez pelo amadurecimento individual pelo qual estivessem passando, talvez pelo experimentalismo guiado pelas drogas ou ainda pelo cenário musical da época, que influenciava diretamente na exploração de outras paisagens sonoras, que convenhamos, deviam ser bem difíceis de ser compartilhadas em dupla, durante as “viagens”.

The Beatles (1968), conhecido como o Álbum Branco, selou definitivamente esta individualidade, apresentando-se como pequenas pílulas de meditação interna, de cada um, transformadas em música, transparecendo a mínima influência de um no trabalho do outro.

           Os próprios Beatles sentiram este distanciamento e tentaram voltar a ser uma “banda” com o projeto inicialmente intitulado Get Back, que mais tarde seria lançado como Let It Be, em 1970, como o canto dos cisnes do quarteto. O que deveria ser um resgate de volta às raízes do grupo, tornou-se uma via crucis de frente às câmeras, que mostraram as rusgas e os nervos à flor da pele pela introdução de um novo personagem, totalmente alheio ao modus operandi dos Beatles: Yoko Ono. Com a produção convulsiva de Phil Spector o projeto quase acabou de vez com a banda.

George Martin, eterno produtor dos Beatles, cita na antologia do quarteto, que os quatro o procuram lhe pedindo se ele não produziria mais um disco pra eles. Martin aceitou e produziu a obra prima Abbey Road, que em suas palavras “foi feito com um lado pra agradar John e o outro para agradar Paul”.

Depois do término dos Beatles todos os quatro iniciaram carreiras solo interessantes, sendo que Paul sempre foi o mais prolífico dos quatro, e John o mais combativo.
Todo mundo diz que John era mais rocker e Paul mais “meloso”. Contudo a música que definiu a carreira de John Lennon foi Imagine, uma balada romântica sobre paz e amor, enquanto que Paul, com seu disco mais famoso, Band On The Run (1973), brindou o mundo com um dos melhores discos de Rock and Roll de todos os tempos.

Em suma, se alguém perguntar John ou Paul? Eu fico com ambos, porque afinal de contas em um tempo em que tudo o que se precisava era o amor, os dois escreveram e compuseram sobre o tema como ninguém.

*Funcionário Público e Beatlemaníaco.

Um comentário:

Touché disse...

Oi,amigo poeta :

eu também já tive o John Lennon como meu preferido,e achava que Paul era mais comercial. Depois,com o passar do tempo,cheguei a conclusão que todos os 4 se completavam.São coisas que o acaso provoca.